A vindima, uma corrida cheia de obstáculos

A vindima, uma corrida cheia de obstáculos

A vindima está cada vez mais próxima e, como todos os anos, temos que estar preparados e saber interpretar a qualidade das uvas. As condições climáticas deste ano de 2022 estão a ser muito severas, o que irá ter impacto no nosso vinho.

Mais um ano em que será uma corrida contra o tempo, superando adversidades que exigirão força, energia e tempo, muito tempo. Será uma corrida cheia de obstáculos, mas estaremos preparados para os superar e assim alcançar a meta final – o nosso vinho.

Preparados? Prontos? Vamos!

As integrais térmicas acumuladas até ao momento indicam que os valores são superiores aos do ano passado. Pelo contrário, a quantidade de chuva acumulada na península é significativamente inferior, em comparação com 2021. Concluindo, prevemos que a colheita possa ser antecipada umas semanas, face aos anos anteriores.

As temperaturas extremas que estamos a enfrentar têm um forte impacto nas vinhas, podendo levar a uma maturação precoce e a um desequilíbrio entre maturidade tecnológica e maturidade fenólica.

Por outro lado, o tamanho do bago será condicionado pelas eventuais chuvas que possam ocorrer até à vindima, pelo que já podemos ir contando com as variações da vindima, com rendimentos limitados e, claro, com uma qualidade muito variável de uma vinha para outra.

Por este motivo, mostramos-lhe as incidências finais que o vinho tem, quando uma vinha sofre de stress hídrico e nutricional:

TABELA 1

Por exemplo, no caso dos vinhos brancos, uma uva proveniente de uma vinha com stress hídrico, traduz-se num mosto com 

menos azoto assimilável e menos precursores aromáticos, ou seja, em vinhos de duração limitada. Alguns vinhos são mais sensíveis que outros devido à sua natureza e, por vezes, a evolução dos vinhos pode ser mais rápida na adega, mesmo depois de engarrafados. O que temos que ter em mente é que um mosto com maior quantidade de IPT e taninos, evoluirá mais rapidamente que um mosto com menos polifenóis.

Com a nossa experiência em qualidade de mostos, garantimos:

  1. Antecipação e realização de uma despectinização completa na limpeza dos mostos, para evitar problemas posteriores de clarificação, filtragem etc. dos vinhos.
  2. Adaptação de modelos de limpidez a cada estilo de vinho, sem perder precursores aromáticos
  3. Eliminação antecipada do substrato de oxidação (compostos fenólicos) dos mostos, durante a trasfega ou flotação com OENOVEGAN EPL.
  4. Aumento do poder redutor dos mostos. PHYLIA CYS

Relativamente aos tintos, uma das questões com que nos podemos debater é como lidar com o perfil de tanino verde e reativo. Para produzir vinhos equilibrados com volume, gordura e estrutura, os compostos têm que estar no ponto e não adicionar secura.

TABELA 2

Propomos:

  1. Estabilizar as antocianinas no barril, porque são muito sensíveis ao oxigénio.
  2. A gestão das remontagens e o controlo da extração de polifenóis. LYSIS COULEUR.
  3. Ajustar a limpeza pós-alcoólica dos vinhos para que o vinho possa respirar.

Produzir vinho é um desafio, porque procuramos produzir vinhos realmente significativos e de alta palatabilidade, ao mesmo tempo que tentamos encontrar o equilíbrio certo e preservar a harmonia nos vinhos.

Se juntarmos os inconvenientes do clima observados nestes últimos anos, torna-se ainda mais difícil enfrentar este desafio. Por esse motivo e mais do que nunca, é fundamental definir bem as linhas de orientação a seguir, para alcançar o objetivo final.

Vamos estabelecer uma base sólida desde o início, para garantir a estabilidade e a durabilidade do nosso vinho.

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